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PMs são presos por formar milícia em Abreu e Lima; grupo cobrava dinheiro a comerciantes e moradores
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Publicado em 15/07/2024

Oito policiais militares foram presos em operações da Polícia Civil de Pernambuco por formarem uma milícia privada que atuava em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

As ações para desarticular o grupo foram desencadeadas nesta sexta-feira (12). 

Segundo informações repassadas pela Polícia Civil em coletiva de imprensa, no Recife, o grupo cobrava por semana entre R$ 40 e R$ 50 de moradores e comerciantes da cidade como uma "taxa" para garantir a segurança na área.

Eles atuavam dessa forma há pelo menos 10 anos. 

Os milicianos são suspeitos de extorsão, lesão corporal e homicídio. Um deles, inclusive, é suspeito da prática reiterada de peculato — que é o crime praticado por funcionário público contra a própria administração pública. 

O líder do grupo, acrescenta a Polícia Civil, seria um ex-vereador da cidade, que também era PM da reserva remunerada.

Entre os oito policiais presos, há, ainda, outro PM aposentado e os outros seis eram da ativa da corporação. Nenhum nome foi divulgado. Ao todo, foram realizadas 13 prisões.

De acordo com o delegado Jorge Pinto, subchefe do Grupo de Operações Especiais (GOE), as investigações relacionadas à milícia começaram a partir de um homicídio ocorrido em 2019 em Abreu e Lima.

Ainda segundo o delegado, os milicianos atuavam "sob o pretexto de trazer uma segurança e uma paz social" ao cobrar até R$ 50 de moradores e comerciantes.

As operações Derrama e Escudeiros II cumpriram, somadas, 13 mandados de prisão e 12 mandados de busca e apreensão domiciliar — todas as ordens judiciais foram emitidas pela Vara Criminal da Comarca de Abreu e Lima. 

Além de Abreu e Lima, mandados foram cumpridos no Recife; em Paulista, também na Região Metropolitana da capital pernambucana; e em Serra Talhada, no Sertão do Estado. 

Ex-vereador seria mentor da milícia
Informações iniciais apontaram que um ex-vereador de Abreu e Lima, também policial militar reformado, seria o mentor e líder da milícia. Esse ex-parlamentar constrangia alguns servidores municipais a pagar parte de seus salários como comissionados".

"Para aqueles que se mantivessem na função de confiança deveriam passar mensalmente, quer seja parte dos valores pagos do salário ou mesmo a restituição do imposto de renda", detalhou Jorge Pinto.

PM diz apoiar operação
Na coletiva, o diretor da Diretoria Integrada Metropolitana, coronel Reginaldo Filho, disse que entre os seis presos da ativa da Polícia Militar, havia sargentos e cabos.

Ele também afirmou que a corporação prestou apoio integral no cumprimento dos mandos, nesta sexta-feira.

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