Offline
"O Butantan consegue produzir uma vacina em curto prazo para gripe aviária", diz virologista
Novidades
Publicado em 12/04/2024

Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês) emitiu este mês uma advertência a médicos para que fiquem atentos a pacientes com possíveis sintomas de infecção pelo vírus influenza (gripe) aviária de alta patogenicidade (IAAP/H5N1).

O alerta veio na sequência da identificação de vacas leiteiras infectadas e de uma pessoa que contraiu o vírus por meio do contato com elas. A professora da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Helena Lage Ferreira, que estuda o H5N1, explica que o momento é de atenção e muita vigilância, pois o vírus continua a se espalhar pelo mundo. Mas não há motivo para pânico.

Qual a situação no mundo?
Temos uma panzootia, isto é, uma pandemia em animais. O vírus está circulando bastante entre as aves e chegou a todos os continentes, incluindo a Antártica. E ele é letal para espécies de importância comercial, como as galinhas. Mas os casos em humanos são isolados. Ele não passa de uma pessoa para outra e sim por meio do contato com animais infectados.

E o caso dos EUA?
Os EUA fazem uma vigilância muito atenta, uma estrutura grande. Não à toa a maior parte dos registros de novas espécies atingidas foi feita lá. A infecção das vacas só foi descoberta por isso, porque não havia sinais evidentes de influenza.

O caso humano?
É de uma pessoa que trabalha com as vacas leiteiras. Também foi um caso leve, de conjuntivite. A influenza pode causar conjuntivite e essa pessoa tinha muito vírus na conjuntiva do olho.

E o vírus?
A sequência é parecida com o achado nas vacas. Esse vírus tem uma alteração que sugere ser mais adaptado a mamíferos.

Como está a vigilância no Brasil?
Ela tem funcionado bem no litoral do país, por onde chegam muitas aves migratórias. É principalmente a circulação dessas aves que dissemina o vírus. Mas o Brasil é muito vasto. Por isso, a vigilância é extremamente importante e as pessoas devem notificar o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) sobre casos suspeitos e nunca tocar em animais doentes. Porém, há um esforço mundial de controlar o H5N1 e evitar uma epidemia em humanos e animais de criação.

Comentários
Comentário enviado com sucesso!