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Defesa alega motivação política em prisão de Rodrigo Carvalheira, denunciado por violência sexual
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Publicado em 12/04/2024

A advogada Graciele Queiroz, que está atuando na defesa do empresário Rodrigo Carvalheira preso nesta quinta-feira (11) por crimes contra mulheres, participou de entrevista coletiva no Recife. Segundo a especialista, as motivações para a prisão do cliente dela são uma suposta tentativa de obstrução da investigação e disputas políticas. 

O inquérito contra Rodrigo foi aberto em novembro do ano passado no Recife. Nesse período, o advogado teve conversas com uma delegada que não faz parte do caso. De acordo com Graciele, esse seria o motivo da prisão nesta quinta (11).

Graciele Queiroz afirmou não fazer sentido seu cliente tentar atrapalhar as investigações depois de um certo tempo. "É esse o teor da conversa. Se ele quisesse embaraçar [a investigação], tinha que embaraçar na primeira semana, não depois de seis meses". 

Rodrigo Carvalheira foi denunciado por três mulheres por crimes de violência sexual em 2006, 2009 e 2019, respectivamente.

A defesa alega que tanto as supostas vítimas quanto o empresário são amigos e fazem parte do mesmo núcleo social e confirma que as relações aconteceram, mas com consentimento entre os envolvidos.

O acusado foi enquadrado no artigo 217-A, que define a vulnerabilidade das vítimas em não ter condições de consentir com o ato sexual. Uma delas, que seria a de 2019, denuncia que Rodrigo colocou um remédio dentro da boca dela quando se encontraram.

"É muita informação que são ditas apenas pelas palavras das vítimas. Não existe prova concreta, pelo contrário. Eu tenho que, após esse ato, as conversas dela com ele não tem abuso sexual. Aquilo não existe", disse Graciele. 

Além da suposta tentativa de atrapalhar as investigações, a advogada acredita que há motivação política para a prisão de Rodrigo Carvalheira. Ela denuncia que uma das vítimas teria um relacionamento com um adversário do empresário. 

"Existe um político adversário que tem um relacionamento com uma delas [mulheres que estão fazendo a denúncia] que foi bem claro: 'Ou você tira a candidatura ou eu te denuncio', afirmou Graciele Queiroz. 

Rodrigo Carvalheira fazia parte do Partido Renovação Democrática (PRD) e foi expulso após a prisão. Segundo nota divulgada pela sigla, o empresário nunca foi membro da executiva estadual do PRD em Pernambuco, nem ocupou qualquer posição de liderança em outros níveis organizacionais.

A filiação dele ao PRD aconteceu de forma automática, como resultado da fusão entre PTB (do qual ele foi eleito presidente em 2023) e Patriota, que aconteceu em novembro de 2023.

Após a prisão no período da manhã, Rodrigo Carvalheira foi encaminhado ao Centro de Triagem Everardo Luna (Cotel), que fica em Abreu e Lima, na Região Metropolinta do Recife, e vai passar por audiência de custódia nesta sexta-feira (12).

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