O secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho, tratou sobre as primeiras ações no cargo, que assumiu há menos de dois meses.

Chegada à SDS

“Cheguei há pouco mais de 45 dias. Procurei me inteirar o mais rápido possível do que estava acontecendo, qual era o cenário. O fato de ter sido secretário reduz um pouco o tempo de aprendizagem, mas as coisas mudam. Passaram-se sete anos, e procurei fazer o mais rápido possível diversas reuniões com os chefes das polícias Civil, Científica, Militar e Bombeiro. Procurei traçar o melhor cenário possível, e trabalhando desde o primeiro dia, vendo quais áreas precisam de mais atenção nas diversas é modalidades de crime.”

Diagnósticos

“Já fizemos alguns diagnósticos bem específicos com a ajuda da secretária executiva Dominique e ajustamos o lançamento de policiamento preventivo pela Polícia Militar. Várias ações da Polícia Civil foram realizadas no período, já temos uma curva de melhora nos homicídios este mês, fruto já do trabalho que está sendo feito, que espero que se mantenha.”

Cabo e Santo Amaro

“O Cabo (de Santo Agostinho) este ano tem uma redução de 30% nos homicídios. É a área com a maior redução, porque o diagnóstico foi feito no começo do ano, várias ações foram feitas. É a maior redução de homicídios. Em segundo lugar, vem Santo Amaro, a área integrada de segurança um, com 29%.”

Câmera na farda

“Sou a favor da implantação das câmeras. Acho que é uma proteção para o policial e a sociedade. Acho que o discurso que a câmera reduz a violência policial é muito simplista. A gente tem que ver isso de uma forma mais ampla. Ela (a câmera) serve de meio de prova e de proteção ao cidadão e ao policial que trabalha de forma correta. A regra é o policial trabalhar de forma correta, é o cidadão respeitar a autoridade policial que o aborda, só que o mundo não é perfeito e há exceção dos dois lados. Então, a câmera vai dar a segurança necessária.”

Câmera na farda II

“Câmeras não são baratas. A gente precisa ver isso, e o Governo Federal já anunciou que tem a intenção de comprar para distribuir aos estados. Então, entendo que a gente deve aguardar esse movimento porque se a União comprar para distribuir, o recurso que tenho prefiro usar em outra coisa que tenha um resultado também.”  

Produtividade

“A produtividade do ano está 16,6% acima do que o ano passado. Então, a polícia está fazendo o trabalho dela e, reconheço, quanto mais motivada, mais produtividade. Então, (são) mandados de prisão cumpridos, apreensão de armas, de droga, prisões... Temos uma média de 130 prisões por dia. São mais de 36 mil no ano. (...) A polícia está trabalhando em Pernambuco.”

Saúde mental

“Há investimentos previstos para termos uma equipe multidisciplinar. Acho que a categoria policial – da qual eu faço parte, porque estou secretário, mas sou policial – é uma das que têm o mais alto índice de suicídios entre todas as categorias. Então, a saúde mental é uma preocupação. A gente não pode ter uma pessoa que não esteja bem portando uma arma na rua. (...) Os casos são vistos caso a caso e é dado o encaminhamento necessário.”

Feminicídio

“Tivemos um pequeno aumento (nos casos de feminicídio) do ano passado para cá. (...). É muito difícil ver um caso de feminicídio que não deu um sinal prévio. Então, há brigas e discussões, agressões verbais (que) passam para agressão física. Muitas vezes, há a promessa de tirar a vida da esposa, companheira, namorada. Isso tem que ser registrado para que medidas preventivas sejam tomadas e se evite um mal maior.”